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Você não consegue economizar dinheiro? Você não está sozinho… Mas é possivel planejar…

 

Segundo o IBGE, no momento da edição deste post, a população brasileira “é de 214.966.710” (milhões) de pessoas, com um novo nascimento a cada 21 segundos.

A 5ª edição do relatório Raio X do Investidor Brasileiro de 2022, publicado anualmente pela ANBIMA desde 2018, estima uma PEA – População Economicamente Ativa de 70% desse total, ou seja, mais 150 milhões de trabalhadores entre assalariados, freelancers e autônomos regulares.

Em todas as edições desse relatório, foi identificado que mais 60% das pessoas (PEA) não consegue fazer nenhum tipo de economia financeira ano, em 2021 esse número foi de 73%, com margem de erro máxima para o total da amostra de 1 ponto percentual, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. Isso representa uma multidão de mais de 90 milhões de pessoas.

Este problema está presente em todas as classes sociais, mas, afeta principalmente as famílias de menor renda. Cerca de 75% dos entrevistados, de todas as regiões do Brasil, pertencem ás classes C e D/E, com renda familiar média de R$2.904,00 e R$1.492,00, respectivamente.

Além dos conhecidos fatores econômicos, que dificultam o controle financeiro pessoal e familiar, como baixa renda e retomada da inflação, há que se considerar também os fatores comportamentais. Afinal, a questão abordada não é nova.

Nesse contexto, três aspectos sócio comportamentais podem estar na raiz da dificuldade de economizar:


  1. Cultura de consumo – É baseada no atendimento das necessidades individuais de cada um. No atual cenário mundial, de altíssima oferta de produtos cada vez mais tecnológicos, essas necessidades são criadas estrategicamente e, de fato, todos passam a “precisar” deles.


  2. Processo emocional de tomada de decisão – Existem muitos estudos sobre o papel da emoção nos processos de decisão, incluindo decisões de compra, e no relacionamento com dinheiro.

    No livro A Lógica do Consumo o autor Martin Lindstron demonstra, através de estudos científicos, como as estratégias de marketing evoluíram ao longo do tempo e como elas influenciam os comportamentos de consumo através da emoção abordando temas como neurônios espelho, mensagens subliminares, o poder dos rituais, neuromarketing, sexualidade na publicidade, etc. 

    No livro A Psicologia do Dinheiro, Dan Ariely e Jeff Kreisler demosntram, entre muitas outras coisas, dois comportamentos muito interessantes: a “dor” de gastar o dinheiro físico que não é plenamente sentida quando a compra é feita com cartões de crédito e também a relatividade pouco inteligente de como as ofertas e promoções são processadas na mente do consumidor.

    Tudo isso é aplicado sobre as emoções humanas para estimular comportamentos.


  3. Influência dos algoritmos das redes sociais – Pesquisa do Cetic.br – Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação demonstra que em 2020 o Brasil tinha 152 milhões de usuários da internet, 81 % da população do país com mais de 10 anos de idade.

    A grande presença online e nas redes sociais representa grande geração de dados que dão aos algoritmos, uma aplicação computacional, a capacidade de mapear consumos, comportamentos, perfis, necessidades e capacidades financeiras. Com esse rol de informações os algoritmos formam legiões de consumidores semelhantes que são impactadas por campanhas altamente persuasivas, com a frequência ideal, de forma que os consumidores praticamente não têm chance. Com isso, a necessidade estará criada e a decisão emocional será tomada, a compra/venda estará condicionada apenas ao limite do cartão de crédito.

    O documentário da NETFLIX O Dilema das Redes mostra executivos que ajudaram a criar as maiores redes sociais do mundo expondo o entendimento, tardio, que tiveram do potencial destruidor dos algoritmos que criaram para o desenvolvimento da sociedade e seu poder manipulador, sobretudo nas relações de consumo, mas, de forma igualmente impactante em formação e divulgação de violência, ideias religiosas e políticas extremistas, fake news, etc.

    O poder das redes sociais e dos algoritmos potencializa tanto a cultura de consumo quanto a falsa necessidade e as decisões de consumo.

Por este prisma, entende-se que a educação financeira, apesar de extremamente necessária e transformadora, principalmente se estiver presente desde os primeiros anos de vida, não é suficiente, sozinha, para resolver o problema da dificuldade de economizar no curto ou médio prazo.

É preciso uma ferramenta prática que estimule a formação de reserva financeira pessoal, sem grande impacto no apertado orçamento das famílias e que proporcione a realização dos seus pequenos e grandes sonhos.

Isso, acompanhado de educação financeira prática e estratégias de engajamento nesse propósito, pode ser transformador de vidas.

Uma resposta em “Você não consegue economizar dinheiro? Você não está sozinho… Mas é possivel planejar…”

[…] Economizar parte da renda para realizar sonhos e projetos realmente não é uma tarefa simples. Isso se mostra mais difícil se levarmos em conta três grandes forças que atuam na contramão deste propósito, a nossa cultura de consumo, a nossa natureza humana, essencialmente emocional de reagir e tomar decisões e os ótimos algoritmos das redes sociais. Esse assunto foi explorado no post “Você não consegue economizar dinheiro? Você não está sozinho… Mas, é possível planej…. […]

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